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Veinte y ocho

por Joanna, em 01.01.16

Obrigada à Cris por me ter posto o capítulo passado aqui! Quando não publicar aqui podem ler na minha conta do wattpad (link no post anterior). Obrigada e espero que gostem!

 

 

A Lola tinha razão e o plano correu exatamente como esperado; convencer a Meg a ir à festa que haveria naquela noite no casino foi bastante fácil e depois disso o Santiago também foi convencido a ir, um pouco a contragosto mais ainda assim aceitou ir. Como ainda havia todo o problema do guarda-roupa e preparação, separámo-nos em dois grupos: os rapazes foram arranjar-se para um quarto enquanto as raparigas foram para outro.

- Ainda me vais explicar porquê é que vieste com vestidos de gala na mala. – disse ainda deitada na cama da Lola sem prestar qualquer atenção às peças de roupa que ela e a Meg tinham na mão.

- Estava a preparar-me para uma eventualidade. E não fui a única, a Meg também trouxe. – defendeu a morena.

- E também a preparar-me para uma eventualidade, - começou a minha prima – trouxe roupa a pensar em ti.

Juntei as sobrancelhas e apoiei-me nos cotovelos de forma a conseguir finalmente ver o que é que se estava a passar na cama ao lado daquela onde continuava deitada. Em cima da colcha colorida estavam uns quantos vestidos assim como sapatos a condizer. Ainda não conseguia acreditar que elas tinham trazido aquilo para uma viagem de uma semana a Portugal, mas parecia que eu tinha sido a única a não planear ir até ao casino.

Abanei a cabeça enquanto olhava para o vestido que a Meg tinha nas mãos – Além de não perceber todo o vosso entusiasmo em ir ao casino, nem penses que me convences a vestir esse vestido.

**

Bufei para o ar em desagrado. Claro que tinha acabado por vestir a peça de roupa que a Megan me tinha trazido e para além disso ainda tinha sido obrigada a ser maquilhada por uma delas sem que houvesse discussão possível.

- Já está?

- Está quase. – respondeu a Lola com um sorriso entusiasmado – Pronto, já está.

Levantei-me da cadeira onde tinha estado sentada há uns bons minutos e caminhei descalça pelo chão de madeira até à zona do roupeiro, onde havia um espelho de corpo inteiro que me deixaria ver a minha figura. A primeira reação que tive foi absoluto choque porque, nunca ia admitir em voz alta, estava mesmo bonita com aquele vestido comprido branco, uma maquilhagem leve e uma coroa de flores no cabelo; a segunda reação que tive foi que nem obrigada iria sair do quarto assim.

- Nem pensem. – falei voltando-me de frente para as duas raparigas que me olhavam expectantes e ainda mais entusiasmadas que anteriormente – Não vou a uma festa assim vestida. Parece que me vou casar!

- Pára de ser desmancha-prazeres. – resmungou a minha prima com um revirar de olhos – E agora também já não se pode fazer nada; está na hora de nos encontrarmos com os rapazes.

Abri a boca para continuar aquela discussão mas antes mesmo de o poder fazer, a Lola empurrou com os pés os meus sapatos de salto alto – Anda lá, Sky. Menos discussão e mais pressas.

Estava a ser tratada como uma criança e naquele momento estava a ponto de as deixar sair do quarto e antes de ser a minha vez, trancar a porta e ficar ali sozinha o resto da noite. Bufei novamente para o ar antes de me decidir a fazer aquilo que elas tinham dito e calçar os sapatos, quando me lembrei que íamos sair todos juntos, com o Enzo. Revirei os olhos ao sentir as minhas bochechas aquecerem ligeiramente mas rapidamente comecei a ficar preocupada e que tal como eu, ele achasse que eu estivesse demasiado exagerada para uma simples festa.

Assim que se ouviram as batidas na porta, o meu coração começou a bater ainda mais depressa e tive vontade de me trancar na casa de banho por tudo o que ia na minha cabeça mas também por estar mesmo a parecer uma criança.

- Bem, vamos lá. – disse sem qualquer entusiasmo enquanto agarrava no meu casaco e na mala, mas deixei-me ficar para trás de forma a ser a última a sair.

- Sky? - levantei o olhar ao ouvir a voz do Enzo vinda da porta e só nesse momento é que percebi que me tinha mesmo deixado ficar para trás e que era a única que se encontrava ainda no quarto. O olhar do Enzo parou em mim mal a sua cabeça se tornou visível e depois de subir por todo o meu corpo, aquele seu sorriso característico surgiu-lhe nos lábios – Acho que temos de ir a festas destas mais vezes.

- Oh cala-te. – resmunguei tentando evitar pensar no facto de o Enzo também estar absolutamente diferente de smoking, que eu nem sabia que ele tinha, e o cabelo ligeiramente mais arranjado que no dia-a-dia. Neste exato momento não tinha conseguia encontrar uma única palavra para descrever o quão sensual ele estava.

A contrastar com toda a nossa indumentária, entrámos para a carrinha de sete lugares e o Santiago conduziu até ao casino, viagem que se fez bastante rapidamente uma vez que a distância não era assim muita e que àquela hora, naquela pequena cidade, não havia muita gente na rua ou qualquer confusão como aquela que tínhamos nas ruas de Madrid.

Chegados ao casino, aquilo era verdadeiramente outro mundo: o espaço encontrava-se absolutamente magnífico e os vários convidados presentes estavam muito mais bem vestidos do que nós, a ocupar várias das mesas e máquinas de jogo.

- Vamos às slot machines. – disse a Megan toda entusiasmada enquanto agarrava na minha mão e na da Lola, puxando-nos para longe dos rapazes que olhavam em volta certamente a ver para onde iriam de seguida.

- Já me vais abandonar? – perguntou o Enzo com um beicinho nos lábios e apenas encolhi os ombros antes de me afastar dos rapazes com o resto das raparigas.

- E não é que vocês já parecem mesmo um casal? – voltou a falar a minha prima assim que parámos em frente à primeira slot machine.

- Bem, não estejas tão entusiasmada, - ironizei – a culpa disso é tua.

A Lola abriu a boca para tentar acalmar a conversa que estava prestes a escalar para uma discussão, quando a minha prima continuou – Não estou a tentar começar uma discussão, juro que não. – apressou-se a Meg a assegurar – Vocês ficam bem juntos e há muito tempo que não te via tão feliz como quando estás com ele. Tu apoias a minha relação com o Tiago, apesar de tudo, e eu faço exatamente o mesmo contigo e com o Enzo.

- Nós não temos uma relação. – respondi imediatamente, colocando dinheiro na máquina numa tentativa de afastar as atenções daquela conversa para o jogo.

- Já estiveram mais longe. – foi a vez da Lola falar – Já falaram sobre a vossa não relação?

Quando a máquina mostrou a mensagem que não havia prémio, olhei fixamente para a Megan até ela perceber que era suposto ser a vez dela de gastar dinheiro. Voltei a fixar a minha atenção na Lola e encolhi os ombros.

- Falámos mas não chegámos a qualquer conclusão. Acho que estamos ambos demasiado confusos e magoados com o que nos aconteceu em relações passadas para sermos capazes de rotular seja o que for.

Não cheguei a receber qualquer resposta ou opinião de qualquer uma delas uma vez que todas nós nos distraímos da conversa ao sermos avisadas que tínhamos ganho uma pequena, mas ainda assim, quantia naquele jogo. Com todo aquele entusiasmo, foi a vez da Lola de jogar e a conversa perdeu-se.

Encostei-me à máquina e o meu olhar parou na mesa de póquer que se encontrava a poucos metros de distância do sítio onde estávamos. O Enzo parecia completamente fixado e concentrado naquele jogo, mas depois de fazer a sua jogada e como se soubesse que estava a ser observado, levantou o olhar das cartas e das fichas e encontrou os meus olhos. Rapidamente um sorriso lhe apareceu nos lábios antes de me piscar o olho.

Mordi o meu lábio inferior e voltei a desviar a minha atenção para o nosso jogo mas era simplesmente impossível afastar o Enzo dos meus pensamentos por mais que tentasse e a verdade é que já tinha deixado de tentar.

Podíamos não ter definido ainda a nossa relação como deve ser mas não era preciso ter ser-se um génio para perceber para onde é que as coisas entre nós estavam a caminhar e novamente, já nada disso me preocupava e me fazia tentar mudar.

**

 Já era perto das três da manhã e muitos jogos, dinheiro ganho e perdido e claro, algumas bebidas depois, decidimos que estava na altura de voltarmos para o hotel. Felizmente o portão exterior ainda se encontrava aberto e depois de caminharmos em silêncio pelo corredor dos quartos para tentar não incomodar os outros hóspedes que também ali se encontravam, despedimo-nos todos e dirigiu-se cada um para os seus quartos.

- Conseguiste fazer bastante dinheiro. – constatei assim que eu e o Enzo entrámos no nosso quarto. Tinha bebido um bocadinho de mais numa tentativa falhada de acalmar os meus pensamentos mas isso não tinha resultado e agora sentia-me muito mais solta e despreocupada.

- Mas tinhas alguma dúvida? – perguntou o Enzo com um meio sorriso enquanto desapertava o laço – Vocês também não estiveram nada mal. Ouvi dizer que deram a volta a algumas slot’s.

Assenti com a cabeça enquanto descalçava os sapatos de salto alto, sempre com o meu olhar fixo no Enzo – Parece que jogos de casino é uma coisa de grupo. – soltei uma risada que soou totalmente despropositada. Caminhei até à casa de banho e cheguei mesmo a fechar a porta da mesma, mas voltei a abri-la assim que me lembrei que ia precisar da ajuda do Enzo para desapertar o fecho do vestido – Podes…? – perguntei afastando os meus cabelos para um ombro.

O sorriso do Enzo desapareceu e vi-o engolir em seco com uma expressão bastante séria antes de acabar com a distância que havia entre nós. Mordi o meu lábio inferior, sentindo a minha respiração a ficar presa enquanto esperava e ansiava pelo toque dele, mesmo sendo algo tão simples como apenas desapertar o fecho do vestido.

Assim que uma das mãos do Enzo foi parar à minha cintura enquanto a outra agarrava no fecho do vestido, a pele dos meus braços ficou imediatamente arrepiada e tive de me lembrar como é que se fazia uma coisa tão simples como respirar.

- Já está.

Abri os olhos ao ouvir a voz do Enzo e voltei a mordiscar o meu lábio inferior antes de assentir com a cabeça e agradecer-lhe. O meu coração batia descontroladamente e continuava com a pele completamente arrepiada devido àquele contacto tão simples por parte do Enzo e de toda a nossa proximidade.

Caminhei novamente até à casa de banho mas desta vez esqueci-me propositadamente de fechar a porta. Sentia-me invadida por uma estranha sensação de coragem e não fazia ideia se se tratava do álcool que tinha consumido, que não tinha sido assim tanto, ou se estava farta de toda esta incerteza que havia entre nós.

Retirei a coroa de flores da cabeça, depositando a mesma com o maior cuidado na pedra do lavatório e de seguida comecei a despir lentamente o vestido. O espelho que se encontrava à minha frente reflectia a imagem do Enzo que se mantinha no quarto mas estava agora parado e hipnotizado a olhar para mim. Assim que o seu olhar subiu até à minha cara e percebeu que eu também o estava a observar, vi-o desviar o olhar e atirar o laço para cima da cama.

Suspirei ao sentir que toda a minha coragem não tinha passado de um acto inútil e estava prestes a apanhar o vestido para voltar para o quarto e vestir o pijama quando senti uns braços a rodear-me a cintura e fazer-me rodar, deixando-me assim de frente para o Enzo.

- Não quero ser teu amigo. Não quero ser nada que permita que outros estejam assim contigo. – os nossos olhares fixaram-se novamente e tive de passar a língua pelos meus lábios secos, sentindo imediatamente as minhas bochechas aquecerem assim que o olhar do Enzo desceu – Por isso, Skylar Mars, espero que aceites ser minha namorada.

- Isso foi um pedido de namoro? – perguntei levantando uma sobrancelha – Pareceu mais uma ordem. – provoquei tentando esconder o sorriso.

Em vez de responder, os lábios do Enzo apoderam-se dos meus enquanto as suas mãos me puxavam mais contra o seu corpo. O meu corpo voltou a arrepiar-se completamente enquanto correspondia ao beijo e entrelaçava os dedos no seu cabelo de forma a mantê-lo o mais junto de mim possível.

O Enzo afastou-se com um meio sorriso nos lábios e aproximou-se da minha orelha, roçando os lábios na mesma – Isto é sem dúvida alguma a coisa mais lamechas que fiz na minha vida mas, - fechei os olhos e mordi o lábio inferior quando ele passou os lábios pela zona imediatamente abaixo da minha orelha – estou preparado para rotular a nossa relação e dizer a toda a gente que somos namorados se tu também quiseres isso.

- E se não quiser? – perguntei num tom desafiador sem me conseguir controlar.

- Bem… ambos sabemos que queres. – revirei os olhos e belisquei-lhe a pele da nuca – Quero poder beijar-te sempre que me apetecer, à frente de toda a gente; quero que sejas só minha e que deixes de ir a encontros com o Martin; - antes de ter tempo de dizer fosse o que fosse, os lábios do Enzo voltaram a roçar na minha pele sensível – que vais adormecer sempre encostada a mim quando dormirmos juntos e que me vais deixar acordar contigo ao meu lado; - voltei a fechar os olhos à medida que ia derretendo com as palavras do Enzo junto ao meu ouvido – e que não te vais dar com mais nenhum rapaz a não ser que seja uma criança ou gay. Ah claro, ou que seja o Santiago e o Diego.

Mordi o lábio inferior para evitar rir com aquela sua última frase – Há ai algumas condições que ainda temos de discutir mas sim.

- Sim? – repetiu o Enzo com um ar ligeiramente desconfiado – Tens de dizer “sim, quero”. Estou a pedir-te em namoro, coisa que nunca cheguei a fazer oficialmente na minha vida, e tu reclamas da minha declaração e dizes só que sim?

Coloquei melhor os braços à volta do pescoço dele e sorri antes de juntar novamente os nossos lábios – Sim, quero. – repeti as suas palavras sem conseguir fazer desaparecer o sorriso – Agora pára de refilar e beija-me. – pedi puxando-o novamente para mim.

Desci as minhas mãos para os botões da camisa do Enzo e fui desapertando a mesma até acabar mesmo por lha despir, o que o fez afastar-se dos meus lábios para olhar fixamente para mim. Passei lentamente as minhas mãos pelo seu peito despido e assenti com a cabeça, o que foi suficiente para que ele voltasse a juntar as nossas bocas num beijo intenso e apaixonado. Ajeitei as minhas pernas ao redor do quadril do Enzo assim que as mãos dele passaram também pelo meu corpo e acabaram por parar no meu rabo, puxando-me para si, e entre beijos e carícias dirigimo-nos até à cama de casal que partilhávamos há algumas noites.

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publicado às 15:21