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12 {Reed}

por Joanna, em 17.12.14

Ainda antes de abrir os olhos, percebi que estava sozinha na cama. Sabia isso porque para além de não ter o braço do Dom em cima de mim, não sentia o corpo dele perto do meu.

Afastei o lençol de cima de mim e levantei-me da cama, dirigindo-me lentamente até à casa de banho. Estava quase a fazer uma semana desde aquela noite e desde ai que estava ali em casa do Dom e do Bryan e tinha apenas ligado umas duas vezes para casa, chamadas que tinham durado menos de dois minutos.

Achava que com o tempo o que eu sentia ia passar, ia deixar de me sentir traída e ia voltar ao normal mas isso não tinha acontecido. Continuava a sentir-me assim e por mais que tentasse, não conseguia pensar em voltar a aparecer em casa e vê-las. Sim, porque eu já tinha ido a casa buscar algumas das minhas coisas mas tinha ido sempre quando sabia que nenhuma delas lá se encontrava.

Assim que voltei para o quarto despi o meu pijama e fui até ao roupeiro para tirar umas calças e um top que vesti logo de seguida. Dirigi-me até à cozinha e tirei um iogurte do frigorífico uma vez que não me apetecia comer mais nada. O meu humor tinha passado para o resto do meu corpo, não tinha vontade de comer e o pouco que comia parecia dar-me sempre a volta à barriga.

Dei um gole no iogurte enquanto descia as escadas para sair do apartamento e me dirigir à oficina – Hey Reed. – sorri quando o Bryan passou à minha frente com uns papéis na mão e voltou atrás para me beijar a testa – Ele está lá dentro. – avisou antes de continuar a ir tratar das coisas que tinha para fazer. Apesar de tanto o Bryan como o Dom ainda serem demasiado novos para gerirem sozinhos a oficina da família, eles faziam um ótimo trabalho, o que se devia ao facto de estarem naquele ambiente desde pequenos e terem-se sempre preparado para continuar o negócio da família.

- Olá, amor. – cumprimentou o Dom com um sorriso assim que eu abri a porta do escritório e ele me viu – Como é que te sentes?

Encolhi os ombros e deitei a embalagem vazia no lixo, sentando-me de seguida no colo dele – Acho que vou finalmente sair de casa para dar um passeio. – nos últimos dias não tinha metido um pé fora de casa a não ser para ir buscar as minhas coisas. Até tinha recusado todos os pedidos e convites das gémeas. Não me sentia eu própria e sinceramente só queria ficar sozinha.

- Eu fazia-te companhia mas não posso sair daqui. Estamos cheios de trabalho hoje.

- Não te preocupes, eu não me importo de ir sozinha, vai fazer-me bem. – sorri e beijei-o antes de me levantar – E levo o almoço, não têm de se preocupar, é só subir e comer.

- És um anjo. – sorri enquanto fechava a porta do escritório atrás de mim.

Despedi-me do Bryan e sai da oficina. Não sabia para onde ir por isso limitei-me a caminhar pelas ruas, sem qualquer plano. Precisava de pôr tudo isto para trás e voltar à minha vida normal, mas era difícil quando a traição tinha vindo da pessoa em quem eu mais confiava e amava.

Continuei a andar sem prestar a mínima atenção uma vez que estava demasiado absorta nos meus pensamentos. Antes de me decidir a voltar a casa, fiz apenas uma paragem. Podia ser uma estupidez mas precisava de tirar a limpo.

Entrei na oficina mas não me dirigi à zona principal, escapuli-me para a zona que levava às escadas para o andar superior. Assim que cheguei ao fim das escadas, tirei a chave que se encontrava debaixo do tapete e entrei em casa. Antes do Bryan e do Dom se terem decidido a ir viver para ali, aquela era uma casa abandonada. Tinha pertencido à família durante os mesmos anos que a oficina mas nunca tinha sido usada para mais nada a não ser arrumações, até o Bryan se ter decidido a ter uma casa própria e ter convidado o primo para ir viver com ele. Era mesmo uma casa de solteirões.

Estava a voltar do quarto para a sala de estar quando ouvi bater à porta. Juntei as sobrancelhas porque se fosse o Bryan ou o Dom nunca bateriam à porta mas depois lembrei-me que podiam ser as gémeas, o que me fez sorrir. Dirigi-me até à porta mas depois de abrir a mesma estaquei – Jennifer. – à medida que o tempo tinha passado tinha tentando pensar numa maneira de as tratar mas era demasiado estranho, ia chamar mãe a quem? E tia a quem? Por isso acabei por me decidir que o melhor era trata-las pelo nome por enquanto.

- O rapaz simpático disse-me que estavas aqui. Bryan, acho eu. – disse ela com um pequeno sorriso nos lábios – Posso entrar?

Abri mais a porta e afastei-me da mesma, caminhando até ao sofá. Não as tinha visitado porque não sabia o que dizer e esse sentimento continuava. Parecia que tinha a língua presa e o cérebro às voltas, nada fazia sentido e sabia que nada do que eu dissesse faria sentido.

- Espero que não te importes que tenha vindo mas estava preocupada contigo. Percebo que isto esteja a ser demasiado difícil para ti de processar mas quero que saibas que tens o meu apoio e tenho a certeza que o da tua mãe também.

- Ela não é minha mãe. – saiu-me e baixei o olhar. A Cheryl era a minha mãe, tinha sido ela que me tinha educado e tinha estado comigo toda a minha vida, mesmo quando não o fazia da melhor maneira – Isto é demasiado confuso.

- Eu sei. – deixei estar a minha mão quieta assim que ela pousou a sua – És minha filha e eu amo-te, mesmo mal te conhecendo e a minha irmã ama-te como uma filha porque apesar de não ser a tua mãe biológica, foi ela quem tomou conta de ti todos estes anos. Eu sei que isto é muito confuso mas tens duas pessoas que te amam bastante.

Assenti com a cabeça e pousei a cabeça no sofá – Não percebo porque é que ela nunca me contou a verdade. Porque é que mentiu todos estes anos. Ela tinha que saber que tu não ias ficar presa eternamente e quando saísses o mais certo era vires à nossa procura.

- Ela tomou conta de ti este tempo todo, és como uma filha para ela e acho que ela tinha medo de te perder se soubesses que eu existia. Não estou a desculpar o que ela fez Reed, não é nada disso mas acho que tens de tentar esquecer. Eu percebo que estejas magoada e confusa com toda a situação mas tens uma família que te ama, isso é o importante.

Ela tinha razão, eu sabia que sim. Eu não queria saber se tinha que chamar mãe às duas, se ia viver com as duas, o mais importante era ter quem gostasse de mim, quem se orgulhasse de mim. Nunca tinha conhecido o meu pai mas pelo menos tinha a minha mãe e a minha tia, era isso que importava. E ia dizer isso quando voltei a sentir-me mal disposta.

- Volto já. – disse rapidamente antes de me levantar do sofá num salto e correr até à casa de banho que se encontrava ao fundo do corredor. Felizmente consegui chegar a tempo e assim que me ajoelhei no chão de mármore e me agarrei à sanita o vómito veio. Assim que parou, levantei-me lentamente e depois de puxar o autoclismo dirigi-me até ao lavatório para lavar a boca e tirar aquele sabor. O meu olhar parou no teste de gravidez que ali se encontrava. Agarrei no mesmo e virei-o na minha direção para ver o resultado.

- Ele sabe? – perguntou uma voz atrás de mim – O Dominic.

Levantei o olhar dos dois traços que o teste marcava e olhei para a minha mãe – Não. – respondi sentindo o chão debaixo dos meus pés a fugir. Grávida. Era uma coisa maravilhosa, principalmente porque era o meu filho e o do Dom mas éramos demasiado novos para ser pais. Podíamos ter algumas capacidades e quem nos ajudasse mas não deixávamos de ser demasiado novos para sermos pais. E eu tinha uma carreira pela frente assim como o Dom tinha todas as preocupações da oficina.

- Vai correr tudo bem, Reed. – pousei o teste de gravidez no mesmo sitio enquanto me deixava ficar muito sossegada. Os meus pensamentos tinham estado demasiado confusos ao longo desta semana e mais esta novidade era algo que não estava à espera e que não sabia como lidar. Estava feliz, sim, mas não podia pensar só nas coisas boas, tinha que pensar em tudo. Encostei a minha cara ao corpo da minha mãe assim que ela me veio abraçar e senti-me a acalmar instantaneamente assim que ela começou a passar os dedos pelos meus cabelos – Sabes que estamos aqui para tudo o que precisares.

Tinha que pensar numa maneira de contar ao Dom, uma maneira que não fosse demasiado dramática e de má noticia mas também uma maneira que não fosse demasiado entusiasmante. Céus, eu estava mesmo a pensar assim? Claro que já tinha pensado em formar família com o Dom, até já tínhamos falado nisso na brincadeira mas tínhamos sempre falado no depois, não no agora. Quando eu estivesse grávida era suposto estar feliz com a notícia, ele estar feliz, estarmos todos felizes. E agora? Nada disso estava ou estaria a acontecer.

- Queres que fique aqui mais um bocadinho ou queres ir para casa?

Não me mexi, nem um centímetro. Sentia-me segura assim e apesar de todos aqueles pensamentos, sentia-me bem – Quero que fiques aqui mais um bocado comigo. – pedi – Podes dizer à minha mãe que não estou chateada com ela e que a visito daqui a uns dias?

- Claro que sim, querida.

 

Primeiro momento entre a Reed e a mãe biológica desde que a bomba foi lançada, que acharam? E claro, mais drama para a Reed, e eu sei que a gravidez é super cliché mas eu precisava de mais drama e não sabia o que mais pôr aqui e digamos que a coisa vai resultar bastante mal bem. Espero que tenham gostado, desculpem por o capítulo só aparecer agora mas ando super preguiçosa e não ando a arranjar os capítulos no dia anterior s:

Beijinhos e obrigada por tudo!

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publicado às 16:37


8 comentários

De Joanna a 18.12.2014 às 18:23

eles são um casal muito fofinho sim *.* e sim, apesar de toda esta confusão que surgiu na vida da reed, ela tem muita gente que a adora e que a vê como parte da família por isso vamos ver se as coisas correm todas bem c:
ainda bem que gostaste, fico muito feliz!
obrigada querida

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