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14 {Deborah}

por Joanna, em 24.12.14

O dia em casa dos pais da minha tia foi muito bem passado mas sentia-me mal por estar ali sem a Devlin. Alguém devia ter ficado em casa para o caso de ela se sentir pior e apesar de ela ter insistido para que não nos preocupássemos, devia ter lá ficado na mesma. Como sempre que fazíamos esta viagem, chegámos a casa bastante tarde e quando o fizemos já a Devlin estava enfiada debaixo dos lençóis a dormir. Tapei-a melhor e afastei-lhe o cabelo da cara antes de sair para o meu quarto.

Apesar de ainda faltar bastante tempo, sempre que pensava no final do verão lembrava-me que a Devlin ia voltar para França nessa altura e isso custava-me bastante. Ou então sentia-me apenas mal porque tinha a sensação que ao ter-lhe contado os meus sentimentos pelo Bryan, ela tinha optado por se afastar dele por causa de mim.

Nunca tinha visto a minha irmã apaixonada e ela era demasiado teimosa e fechada para dizer o que verdadeiramente sentia por isso… e se ela gostasse mesmo dele? Abanei a cabeça enquanto me enfiava na cama. Não ia pensar nisso porque tínhamos decidido que não nos íamos afastar por causa de um rapaz, ela estava a fazer isso e eu também. A minha relação com o Bryan limitava-se a ser uma relação de amizade, nada mais.

Acordei na manhã seguinte com o sol a entrar no meu quarto. Deixava muitas vezes as cortinas abertas porque gostava disto, de acordar com o sol. Vivia na Austrália, se não aproveitasse o clima que tínhamos e as praias, era um verdadeiro desperdício. Desci as escadas e entrei na cozinha, sentando-me num dos bancos que se encontravam livres e sorri quando a minha mãe me beijou a testa – Estou a fazer panquecas para ti. – disse ela voltando novamente a sua atenção para o fogão.

- Não é só para mim, a Devlin também vai querer.

- A Devlin já saiu, querida. – juntei as sobrancelhas e olhei para o relógio da cozinha para ter a certeza que eram mesmo dez horas da manhã. A Devlin nunca acordava cedo mas em contrapartida, tinha estado doente no dia anterior e devia ter dormido bastante.

- Para onde é que ela foi? – perguntei no mesmo instante em que a minha mãe me pousava o prato de panquecas à frente e me estendia um garfo e a embalagem de caramelo.

- Ela disse que ia dar uma volta. Eu acho que ela está a matar saudades daqui. – o sorriso triste da minha mãe fez-me doer o peito. Eu sabia que ela apoiava a decisão da minha irmã de ter ido estudar para fora mas não deixava de ser uma coisa difícil para ela – E tu, o que é que vais fazer hoje?

Encolhi os ombros e acabei de mastigar a comida que tinha na boca antes de responder – Acho que também vou dar uma volta. Vou ver se a Reed está bem ou se precisa de alguma coisa. E depois devo ir a algum lado com o Bryan, não sei.

- Fazes bem. Vou à cidade às compras, precisas de alguma coisa? – quando eu abanei a cabeça, recebi um beijo na testa – Até logo.

Assim que acabei de comer meti a loiça na máquina e voltei a subir para o meu quarto. Despi o pijama e troquei-o por uns calções de ganga e um top. Quando fiquei pronta agarrei nas minhas coisas e sai de casa. A viagem até à cidade era ligeiramente demorada mas gostava de viver onde morava, longe de toda a confusão e com bastante espaço para nós. E claro, não era toda a gente que tinha uma praia privada e animais. Estacionei o carro ao chegar à oficina e antes de ir sequer à mesma para cumprimentar o Bryan, subi as escadas para ir ver da Reed primeiro.

- Deb. – sorri assim que ela veio abrir a porta e abracei-a com força. Não a via à uns dois dias mas falávamos todos os dias, sem excepção.

- Como é que estás? – perguntei enquanto entrava em casa e a seguia até ao sofá.

- Bem. – não parecia sincera mas se ela não queria falar sobre isso não ia insistir. Ela sabia que podia falar comigo sobre o que quisesse e quando quisesse – Fui a casa e falei com a minha mãe. A minha tia. – ela fez uma careta – Sinceramente já consegui entender toda a situação mas continuo a estar demasiado baralhada.

- E vais continuar a viver com o Dom? – perguntei-lhe com um pequeno sorriso nos lábios. O olhar da Reed baixou para o chão e senti que tinha dito alguma coisa que não devia – Reed, o que é que se passa?

- Não é nada. – o sorriso voltou a reaparecer na sua cara – Ando demasiado cansada, não sei porque mas não tenho dormido nada de jeito. É só isso, a sério.

- Reed, espero que estejas decente. – ouviu-se da porta e assim que chegou à sala, o Bryan sorriu – Olá Deb. – sorri-lhe de volta e estiquei-me para lhe beijar a bochecha quando ele se aproximou do sofá – Deixei o meu telemóvel cá.

- E eu tenho o meu a tocar. – disse a Reed enquanto se levantava do sofá – Volto já.

Pousei os braços no sofá e encostei o queixo ao mesmo enquanto olhava para o Bryan que estava agarrado ao telemóvel, de certeza que a ver as mensagens e chamadas perdidas que tinha das suas tantas admiradoras.

- A Devlin contou-me. – deixei escapar e mordi logo o lábio inferior. Não devia ter dito aquilo. Podia ainda dar a volta à situação mas eu era péssima a mentir, a Devlin é que o fazia bem – Eu sei que não tenho nada a ver com isso. – acrescentei rapidamente.

- Claro que tens, és a minha melhor amiga e és a irmã dela. – o olhar do Bryan mantinha-se no telemóvel apesar de não estar a mexer nele. Parecia… que lhe custava falar daquilo, como se… pudesse gostar mesmo da minha irmã – Não te preocupes, foi uma coisa passageira e para nos divertirmos. – quando levantou o olhar do telemóvel para mim, um sorriso apareceu-lhe nos lábios mas ao contrário das outras vezes em que dizia o mesmo das suas conquistas, agora não parecia sincero. Ou estaria eu a ver coisas onde não existiam?

- Não vais precisar de muito tempo até arranjares uma nova companhia. – disse com um pequeno sorriso. Se ele gostasse mesmo da minha irmã, aquela que conhecia à apenas quase quatro semanas, porque é que os sentimentos que eu nutria por ele nunca tinham sido correspondidos? Conhecíamo-nos à quase dois anos. Estava a ser parva e sabia-o muito bem por isso decidi concentrar-me noutra coisa.

- Tens razão, eu sou muito jeitoso, elas não me largam.

- Bryan… - mordi novamente o lábio com força. Estava a parecer a Devlin, sem me conseguir controlar no que dizia ou fazia. Eu era aquela que se mantinha calma e que fazia tudo bem, então porque raio é que não estava a conseguir manter a boca fechada? – Eu…

- Deborah. – ele pousou o telemóvel na mesa que se encontrava à sua frente e olhou para mim – O que é que se passa?

Respirei fundo e olhei para ele – Eu sei que não devia dizer isto mas não aguento mais. És o meu melhor amigo e eu gosto de ti mas à medida que o tempo foi passando percebi que é mais que isso, percebi que estou apaixonada por ti. No outro dia reencontrei um amigo e ele beijou-me e a única coisa em que eu conseguia pensar era como é que seria beijar-te a ti. – abanei a cabeça com um suspiro – Eu sei que o mais provável é dizeres que não podemos continuar a ser amigos mas eu precisava de dizer o que sentia. E percebo que não correspondas o que eu sinto, quem é que vai corresponder ao que eu sinto? Eu não sou nada como a Devlin.

Levantei o olhar para ele e vi-o a olhar-me com bastante atenção. Tinha a certeza que ele ia dizer que nunca devíamos ter sido amigos e para eu me pôr a andar da casa dele mas em vez disso ele parecia triste, triste como quando eu tinha falado na Devlin e nele.

- Eu sei. – juntei as sobrancelhas com aquilo – Deborah, eu sei disso desde o momento em que aconteceu. És a minha melhor amiga, eu conheço-te. – num segundo senti as minhas bochechas a ficarem mais quentes, muito mais quentes – Não estás apaixonada por mim, Deb. É normal quando temos com alguém de outro sexo o tipo de amizade que nós temos que comecemos a sentir que há algo mais mas acredita em mim, não há. – mordi o interior da bochecha para ficar calada e não me mexi assim que ele se começou a aproximar do sofá e de mim – Eu adoro-te e isto não muda nada. A não ser que tu queiras que mude. Continuas a ser a minha melhor amiga e eu continuo a querer-te ao meu lado.

- Mas não estás apaixonado por mim.

Pela primeira vez desde que o conhecia, ouvi-o suspirar – Não, não estou, desculpa. Vais arranjar alguém porque quem estarás realmente apaixonada e esse rapaz vai retribuir o sentimento por ti. Se calhar aquele que te beijou. – o Bryan sorriu enquanto me agarrava nas mãos – Podes não ser nada como a Devlin mas isso não te torna menos pessoa que a tua irmã ou menos interessante.

Assenti com a cabeça e desviei o olhar do dele. A Reed estava quieta à porta da sala de estar, de certeza que tinha ouvido pelo menos o final da conversa. Quando o Bryan percebeu que algo se passava comigo, olhou para onde eu estava a olhar e sorriu, beijando-me a testa de seguida – Desculpem. – pediu a Reed rapidamente.

- Não faz mal, Reed, eu já estava de saída.

 

PRIMEIRO, FELIZ NATAL!!!

Segundo, aqui está um capítulo que vocês estavam a morrer para ler am I right? Yes I am. Portanto a Deb admitiu os seus sentimentos ao Bryan, o Bryan disse que não sentia o mesmo por ela e indiretamente.. mostrou que está a sofrer pela Dev. O mundo é triste.

Espero que tenham gostado e muitoooooooooooooooooo obrigada pelos vossos comentários!

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publicado às 11:00


7 comentários

De sacha hart a 24.12.2014 às 19:48

OH MEU DEUS! EU não estava nada à espera que o Bryan fosse ser tão querido e compreensivo, nem que a entendesse tão bem. Quero um melhor amigo como ele (e um namorado também!). Creio que isto elimina o triangulo amoroso entre as gémeas e ele! Adorei!
Beijinhos e feliz natal ^^

De Joanna a 25.12.2014 às 01:48

o bryan é um mauzão sexy mas ele no fundo é um fofinho ainda mais com a deborah que para além da reed, é a única rapariga que ele vê "apenas" como amiga, e o apenas neste sentido é bom porque para ele elas são as raparigas mais importantes e.e
ahahah eu partilho do teu desejo! vamos ver se temos sorte ahahah
quanto ao fim do triângulo e.e é esperar para ver
ainda bem que gostaste! beijinhos, feliz natal e obrigada!

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