Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



19 {Devlin}

por Joanna, em 10.01.15

Depois de acordar e ver que a minha irmã não estava ao meu lado na cama não foi difícil calcular onde é que ela estava. Com o Bryan, obviamente. Por isso levantei-me, tomei banho e depois de escolher uma roupa para vestir, tomei rapidamente o pequeno-almoço e sai de casa.

Estacionei o carro à frente da oficina e entrei na mesma, vendo longo o Dominic a falar com um cliente. Assim que me viu a expressão dele mudou e passado uns cinco minutos o cliente estava despachado e ele aproximava-se de mim – Devlin. O que se passa?

Eu conhecia o Dom desde que éramos pequenos e gostava bastante dele ainda mais quando tinha ficado a saber que ele e a minha melhor amiga estavam juntos e ela estava bastante feliz. Mas depois do que tinha acontecido entre eles, parte de mim tinha-o odiado um bocadinho mas isso tinha passado quando tinha visto o quanto a Reed estava a sofrer, porque sabia que ela estava a sofrer por não estar com ele.

- A Reed precisa de ti. – ele abriu a boca para falar mas eu não deixei – Não estás a perceber, ela precisa mesmo de ti. Ela perdeu o bebé, Dom.

- O quê? – as sobrancelhas loiras do Dom juntaram-se em confusão – O que é que aconteceu?

- Ela teve um aborto espontâneo. – expliquei – Ela não queria que tu soubesses mas já passou uma semana e estou farta de a ver sofrer, tens de fazer alguma coisa. Ah e ela não pode saber que fui eu que te disse se não ela vai passar-se. Não faças porcaria outra vez porque eu adoro-te mas adoro-a mais.

Estava à espera que ele me respondesse num tom mais mal-educado mas ele era o Dom, não era o Bryan que achava sempre que tinha razão. Como se tu não gostasses disso… Por isso é que já devia de estar à espera do abraço forte que ele me deu - Obrigado, Devlin.

Assim quando a chamada da Reed chegou, não foi grande novidade para mim que as coisas estivessem resolvidas, mas tinha que fazer o meu papel – Eu não fiz nada! – disse novamente – Por amor de deus, o que é que eu podia fazer? Exato, nada.

- Claro que não. – ouviu-se do outro lado da linha o que me fez encolher os ombros e sorrir – Tenho que ir, meninas. Amanhã vemo-nos. Beijinhos.

Pousei o meu telemóvel de volta à mesa-de-cabeceira e deitei-me de costas na cama, tapando os olhos com o braço – Sinto-me tão mais calma agora.

- Aquilo que tu fizeste foi adorável, Dev. – afastei o braço da cara para olhar para a minha irmã – Eu sei que te custa mais mostrar carinho mas foste óptima. – sorri-lhe de volta e encolhi os ombros – Vou para a minha cama, dorme bem.

Apoiei-me nos cotovelos para me elevar ligeiramente na cama e olhar para a Deborah – Como é que correu a conversa com o Bryan? Eu sei que prometemos não discutirmos por ele mas ele não deixa de ser o teu melhor amigo e eu não deixo de ser a tua irmã, podes falar sobre ele à vontade.

Fiquei a olhar para a minha irmã assim que ela parou à porta do meu quarto por uns segundos, a ponderar no que eu tinha acabado de dizer. Eu conhecia-a tão bem que sabia que apesar de ela querer falar sobre o Bryan, tinha medo de ao fazer magoar-me. E claro que magoava mas eu tinha que viver com isso. Assim que ela caminhou novamente em direção à minha cama, sentei-me na mesma para lhe dar mais espaço e fiquei em silêncio à espera que ela começasse.

- Correu bem com o Bryan, ele pediu desculpa e resolvemos as coisas… eu estou preocupada porque… oh esquece, deve ser uma parvoíce.

- Deborah, quando tu estás preocupada nunca é uma parvoíce.

- Quando estava à espera do Bryan entrou no café um homem. Demorei a perceber de onde é que o conhecia mas depois lembrei-me de onde. Vi-o no festival a que fomos, no início do verão. Ele veio contra mim. Posso estar obcecada e ser tudo um acaso mas não sei…

Estiquei-me para a frente e agarrei nas mãos da minha irmã com força – Temos de falar com o pai e a mãe. Sabes que eles conseguem descobrir se isto é um acaso ou não. – mordi o lábio inferior antes de falar naquilo que ninguém falava debaixo daquele teto – Sabes muito bem os problemas que a mãe teve antes de casar com o pai, isso pode estar a voltar, nunca se sabe.

Antes da minha mãe e do meu pai se conhecerem a minha mãe tinha sido casada com um homem muito importante no Texas. Os primeiros anos de casamento tinham sido óptimos mas as coisas tinham mudado depois disso, ele tinha-se tornado agressivo, tinha começado a bater-lhe. Ao princípio ela escondia as negras, fingia que nada se passava até que tinha chegado a altura de dizer basta. E desde essa altura tinha ido viver com o meu tio e tinha feito de tudo para conseguir o divórcio. Tinha conseguido mas tinha sido muito difícil, principalmente porque ele não lhe queria dar o divórcio. O meu pai é que a tinha ajudado a consegui-lo e bem, deixaram de se armar em parvos e admitiram finalmente que queriam ficar juntos.

Tínhamos ouvido esta história com catorze anos e depois disso não se tinha voltado a falar do que tinha acontecido no Texas, nunca mais. Mas e se o que tinha acontecido no Texas tinha voltado agora para a Austrália? Podia não ser nada mas podia ser.

- Não sei… não os quero preocupar e depois não ser nada.

- Deixa-te disso, Deb. Amanhã vamos falar com eles. Sabes que mais vale prevenir que remediar.

Não havia muitas coisas da qual eu tivesse medo mas que isto fosse verdade era uma delas. Uma coisa que eu sabia muito bem era que o passado tinha que ficar no passado devia ficar no passado ou as coisas iam correr mal.

- E agora deixei-te preocupada. – a Deborah suspirou – A sério, não te preocupes com isto. Falamos com eles mas não vai passar de conspirações estúpidas e sem sentido. Coitado do homem.

Abracei-a com força antes de a deixar levantar-se para sair de vez do meu quarto e ir para o seu. Enfiei-me debaixo das mantas assim que a porta se fechou e estiquei a mão para desligar o candeeiro no preciso momento em que o meu telemóvel tremeu com uma mensagem.

Suspirei e apaguei a mensagem mesmo sem a ver. Era do Bryan e bastava-me saber que era dele para não a querer ler a mensagem. Não conseguia fingir que ele não existia e esquecer o que se tinha passado com ele se seguisse as coisas normalmente, fingindo que estava tudo bem entre nós e que podíamos ser amigos. Não podíamos. E por mais mau que isso fosse, ansiava que o verão chegasse ao fim para voltar para a universidade em França e afastar-me daqui. Virei-me de barriga para baixo e enterrei a cara na almofada, podia ser que me conseguisse sufocar, poupava todo o drama que se estava a passar na minha vida neste momento.

Juntei as sobrancelhas quando comecei a ouvir uma batida na janela do meu quarto. Ao princípio pensei que fosse um ramo ou algo do género mas depois percebi que não. Era filha de dois polícias e por isso estiquei a mão e abri a gaveta que tinha ao lado da minha cama, tirando a minha pistola de dentro da mesma. Sempre tinha sido ensinada a defender-me e a disparar primeiro, perguntar depois, auto-defesa é melhor que homicídio.

Aproximei-me da janela calmamente e depois de olhar lá para fora guardei a pistola no elástico dos meus calções antes de puxar a janela para cima – Estás parvo? – perguntei para baixo onde se encontrava o Bryan a olhar para mim com admiração, certamente por não estar à espera que eu lhe abrisse a janela.

- Mandei-te mensagem. – disse ele como se fosse uma explicação espectacular.

- E eu ignorei-a o que significa que não quero falar contigo, coisa que já disse uma vez. – o problema de viver numa casa de família, ou seja onde vivia toda a minha família era que tínhamos de falar baixo ou ainda acordávamos alguém com a nossa conversa.

- Quero ser teu amigo, Devlin. Eu percebo que não queiras que tenhamos algo mais mas quero ser teu amigo.

- E eu quero conhecer e casar com o príncipe Harry mas infelizmente nem todos os nossos desejos se realizam.

- Va lá. Amigos. Sabes que conseguimos fazer isso. Estamos os dois a pensar na tua irmã, nenhum de nós vai portar-se mal.

Mas ai estava o problema, mesmo a pensar na minha irmã, quando se tratava do Bryan, não sabia se conseguia não portar-me mal.

- Está bem. – disse com um revirar de olhos – Mas agora deixa-me dormir ou começo aos tiros. E não estou a fazer bluff.

 

E a Devlin é ou não adorável? Claro que é. É bastante provável que se não fosse por ela o Dom tinha demorado muito mais tempo a ir ter com a Reed e a fazerem as pazes.

Quanto à Deborah... será que está mesmo com a mania da perseguição ou o passado dos pais delas vai ter alguma coisa a ver com o futuro delas?

E como não podia deixar de ser, Bryan e as suas visitas inesperadas ahah. Ao que parece está finalmente tudo bem entre todos, vamos esperar para ver quanto tempo isso dura e.e

Espero que tenham gostado, obrigada por todos os vossos comentários!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:46


5 comentários

De lostdreams a 10.01.2015 às 16:24

ai aquele homem, aposto que trás algo de mau para a história!
AHAAHAAHH RI-ME TANTO COM ISSO DO PRINCIPE HARRY AHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAH OMG!
e o que ela disse de começar aos tiros ahahah adorei
eles não se resistem e.e.e.e
quero ler mais e.e
beijinhos

De twilight_pr a 10.01.2015 às 17:38

Adorei, este final fez-me rir de uma certa forma xD
Estou ansiosa para ler mais, mal posso esperar!!!
:D

De andyjopanda a 11.01.2015 às 12:22

Gostei muito, a Dev é mt fofinha em relação aos amigos e aquilo com o Bryan vai dar para o torto, estou quase apostar :) Tou ansiosa pelo próximo para saber mais daquele homem. Bjs

De Sara a 11.01.2015 às 17:58

Esse final ahah!
Ela foi tão querida, ainda bem que os outros dois resolveram as coisas!

De sacha hart a 13.01.2015 às 18:56

A Devlin é mesmo adorável. E uma coração mole! Para quem estava tão segura que não ia ter sentimentos pelo Bryan, está a viver o contrário. Estou a torcer por estes dois. A Deborah que se mentalize que eles se gostam. ... E falando em Deborah, gosto do novo (quase) drama!

Comentar post