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Eu sabia que não tinha sido a semana mais produtiva a todos os níveis mas a nível de sono, não podia queixar-me apesar de tudo. Isso era o que eu achava mas estava enganada. Dormir novamente com o Dom fez com que esta fosse a melhor noite de sono que eu tinha à bastante tempo.
Dormi tão bem que a pessoa que me estava a tentar acordar já devia de o estar a fazer à tanto tempo que já estava impaciente e chateada – Reed, acorda.
Levantei a cabeça do peito do Dom e esfreguei os olhos, vendo-o a fazer o mesmo. Juntei as sobrancelhas quando vi a Cheryl a olhar para mim, juntamente com a Jennifer que se encontrava à porta do meu quarto. Aquilo era demasiada preocupação para ser por eu ter dormido com o Dom, para além de que elas já sabiam que isso ia acontecer.
- O que se passa? – perguntei com a voz ligeiramente ensonada mas a sentir-me muito bem e cheia de energia.
- A Devlin ligou. A Deborah… foi raptada. Não percebi bem o que se passou, ela estava demasiado nervosa para se explicar como deve ser mas pediu para ires lá a casa.
Ela ainda não tinha acabado a frase e já eu e o Dom estávamos a sair da cama para nos vestirmos. A Deborah raptada? Mas que raio? Dei voltas à cabeça e lembrei-me da história que elas me tinham contado sobre a mãe, o ex-marido do Texas. Só podia ser isso.
Acho que nunca me tinha vestido nem tomado o pequeno-almoço tão rápido como fiz desta vez porque passado dez minutos de nos levantarmos da cama já estávamos prontos e a entrar no carro.
- Manda mensagem ao Bryan. Ele tem de saber também.
- Não sei se é boa ideia, Dom… Eu sei que ele é o melhor amigo da Deborah mas ele vai querer ir e a Devlin… Vou mandar mensagem mas se ele aparecer lá em casa tu é que levas com a responsabilidade.
Tive de trocar umas quantas mensagens com o Bryan até ele perceber que eu não estava a gozar quanto à Deborah ter sido raptada e quando ele finalmente acreditou, prontificou-se logo a ir até ao rancho dos Parker para ajudar no que pudesse, tal como eu temia. Toda a ajuda ia ser necessária, mesmo que deixássemos a procura da Deborah para a polícia (coisa que eu seriamente duvidava), era preciso acalmar os ânimos em casa e ajudar no que fosse preciso. Mas depois do que tinha acontecido entre eles, ter o Bryan e a Devlin debaixo do mesmo teto? Hmm…
- Reed, querida, ficamos felizes por teres vindo. – abracei a Molly com força antes de entrar em casa dos Parker. Ouvi a Molly e o Dom a cumprimentarem-se atrás de mim mas não prestei grande atenção porque o meu olhar estava parado na minha melhor amiga.
A Devlin encontrava-se no sofá da sala, era a única ali, todos os outros estavam na cozinha, o que se percebia pelo barulho que vinha dessa divisão. O que me fez reparar nela não foi o facto de estar sozinha mas sim o estado em que se encontrava. Nunca a tinha visto assim, nunca. As lágrimas escorriam-lhe pelas bochechas e tinha umas olheiras gigantes, de certeza que não tinha dormido nada de noite. Claro que até a Molly estava num estado horrível mas a Devlin estava ainda pior.
- Dev. – aproximei-me dela e abracei-a com força.
- A culpa é minha, Reed. – apertei-a com mais força enquanto olhava para o Dom que estava a olhar para nós com o seu ar preocupado – Eu devia ter ido com ela, eu disse que ia com ela mas ela não quis. Mas eu devia ter ido na mesma.
- A culpa não é tua. Se tivesses ido com ela o mais provável era eles terem levado as duas.
- Ela deve estar tão assustada… - limpei as lágrimas da Devlin assim que ela se desencostou de mim – Pelo menos eu estava com ela e podia acalmá-la mas assim… ela está lá sozinha.
- Devlin. – olhámos todos para a entrada da sala de estar onde o Bryan se encontrava – Lamento muito. – ela assentiu com a cabeça e levantou-se do sofá. Por momentos achei que lhe fosse dar um estalo ou algo do género mas em vez disso, deu-lhe um abraço rápido antes de caminhar até à cozinha.
- Molly nem penses. – ouviu-se assim que chegámos. Tanto o Dan como o Billy tinham falado ao mesmo tempo.
- Ele quer que eu vá sozinha, ele vai perceber que for mais gente. Tenho de tirar a Deborah de lá.
- Mãe, não vais fazer o que aquele psicopata quer. – uma das coisas que eu mais admirava na Devlin era o facto de ela ter um enorme controlo, algo que ela tinha tirado aos pais – A Deborah disse que é numa fábrica abandonada, não há muitas fábricas abandonadas aqui na zona.
A prima mais velha da Devlin reapareceu na cozinha com um mapa na mão – Há quatro.
- Podemos dividir-nos e procurar. – disse o Dan mas a Molly abanou a cabeça – Não o vou deixar ficar com a nossa filha ou contigo, está fora de questão. Dividimo-nos e estamos sempre com os telemóveis. Assim que encontrarmos a fábrica ligamos uns para os outros e para a polícia. Já fizemos muitas apreensões deste tipo só nós os dois mas é a nossa filha.
Em cinco minutos dividiu-se a família em grupos: o Dan e a Molly iam a uma das fábricas, o Billy e a Becca iam a outra e nós os quatro a outra. Os primeiros a despacharem-se iam à última fábrica. E apesar de muito a contra-vontade, a Hailee ficava em casa a tomar conta da sua irmã e irmão.
A viagem até à fábrica que nos estava destinada foi feita em completo silêncio o que fez com que parecesse que esta demorava ainda mais tempo do que o real. E quando finalmente chegámos à fábrica, o Dom estacionou o carro numa zona um pouco afastada e escondida porque se estivéssemos na fábrica certa tínhamos que passar despercebidos antes que dessem pela nossa presença.
- Wow, wow. – olhei para trás quando ouvi a voz do Bryan e foi ai que vi que a Devlin já tinha saído do carro também e trazia na mão a sua glock na mão.
- Vê se mesmo que não conheces os Parker. – disse continuando a andar em direção à fábrica. Quando a Molly e o Dan tinham começado a ensinar as gémeas a usar armas, eu também tinha tido algumas aulas. Podia ser algo que não fazia parte da educação de todas as crianças mas elas eram filhas de dois ex-polícias e até o tio delas era ótimo com armas, devido ao seu trabalho no rancho.
Aproximámo-nos calma e silenciosamente da fábrica e tenho que admitir que à medida que o edifício ficava mais próximo, eu sentia o meu coração a bater mais depressa no meu peito. A minha melhor amiga tinha sido raptada e nós podíamos estar a aproximar-nos do sítio onde ela se encontrava. Com o agressivo e psicopata ex-marido da mãe dela que tinha de certeza montes de homens armados. Não tens nada com que te preocupar, Reed.
Agarrei na mão do Dom que estava à minha frente assim que chegámos à parede da fábrica. Ele olhou para trás e sorriu-me o que me acalmou ligeiramente mas mesmo assim continuava preocupada, claro. Entrelaçámos os nossos dedos e por momentos os meus pensamentos afastaram-se dali.
- Sobe para os meus ombros. – disse o Bryan à Devlin e eu olhei para cima do sítio onde eles se encontravam, percebendo que havia ali uma janela – Vocês vão até lá à frente ver se vêem alguma coisa.
Continuei de mão dada com o Dom enquanto caminhávamos encostados à parede da fábrica, sempre perto de algo que nos pudesse tapar caso aparecesse alguém. Quando a parede lateral da fábrica chegou ao fim, não foi preciso darmos um passo para a frente para ver a entrada para sabermos que estávamos na fábrica certa. Fábricas abandonadas não tinham pessoas a falar à entrada, ainda mais pessoas a dizer o que iam fazer com o dinheiro do rapto da gaja.
Engoli em seco e assim que o Dom me fez sinal com a cabeça, caminhámos de volta para onde tínhamos vindo.
- Não consegui ver nada. Vocês descobriram alguma coisa? – perguntou a Devlin assim que chegámos novamente ao pé deles.
- É aqui. – disse-lhe – Ouvimos vozes na parte da frente e estavam a falar da Deb.
- Vou ligar aos meus pais.
Graças a deus ela não disse para entrarmos nós os quatro. Ela era bem capaz disso mas nós precisávamos de ajuda. A Molly, o Dan e até o Billy. E claro… a polícia. Por amor de deus, que eles trouxessem a polícia.
Adorei que vocês ficassem totalmente apanhadas de surpresa com o caminho que a história seguiu porque era mesmo isso que eu queria, que a história não fosse super cliché e previsível e ainda bem que isso não aconteceu.
A história está quase no fim, este é o último capítulo agora só faltam dois epílogos sendo que um é muito grande e ainda estou a ponderar se o divido ou não, o que é que vocês acham? Têm paciência para ler um capítulo um bocado maior?
E claro, quais são as vossas previsões do que vai acontecer? A porra agora ficou séria e estão todos a aproximar-se de terrenos perigosos... vamos ver o que acontece...
Obrigada pelos vossos comentários e por serem umas leitoras maravilhosas!